Vertigem e Tontura em Idosos

A tontura é um sintoma que na maioria das vezes ocorre por quadro conhecido como labirintite, mas que também pode indicar alterações no equilíbrio, alterações na função cardíaca, efeito colateral de medicamentos, queda de pressão e ansiedade.
As causas de tontura são classificados em quatro categorias, dependendo da sua origem: tontura do aparelho labiríntico; tontura hemodinâmica; tontura de estruturas neurológicas; e tontura emocional.
Tontura do aparelho Labiríntico: Vertigem ou Labirintite
Essa condição é frequentemente causada por um problema no ouvido interno e pode vir acompanhada de zumbido ou perda parcial da audição. Esse tipo de tontura costuma ser desencadeado por movimentos feitos com a cabeça, como virar de lado na cama ou olhar para o lado.
Outras situações de vertigem menos comuns são inflamações ou infecções do ouvido, neurite vestibular e doença de Meniére.
Tontura de causa neurológicas e outras: Desequilíbrio
A sensação de desequilíbrio acontece em idosos ou em situações de:
- Alterações da visão, como catarata, glaucoma, miopia ou hipermetropia;
- Doenças neurológicas, como Parkinson, AVC, tumor cerebral ou Alzheimer, por exemplo;
- Traumas na cabeça, que pode causar lesões temporárias ou permanentes na região cerebral que regula o equilíbrio;
- Perda da sensibilidade nos pés e pernas, causada pelo diabetes;
- Consumo de álcool ou drogas, que alteram a percepção e a capacidade de funcionamento do cérebro;
- Uso de remédios que podem alterar o equilíbrio, como Diazepam, Clonazepam, Fernobarbital, Fenitoína e Metoclopramida, por exemplo.
3. Tontura hemodinâmica: pré- síncope
A tontura que acontece por alterações cardíacas e da circulação é chamada de pré-sincope ou hipotensão ortostática, e surge quando a pressão cai e o sangue não é bombeado adequadamente para o cérebro, causando a sensação de desmaio ou de escurecimento e surgimento de pontos brilhantes na visão.
Este tipo de tontura pode surgir ao acordar, levantar, durante um exercício ou, até mesmo, de forma repentina ao estar parado.
Pode decorrer de uso de alguns remédios que causam quedas de pressão, como diuréticos, nitrato, metildopa, clonidina, levodopa e amitriptilina, por exemplo, principalmente em idosos;
Outras situações, como anemia e hipoglicemia, apesar de não causarem queda da pressão, alteram a capacidade do sangue levar oxigênio e nutrientes para as células cerebrais, e podem causar a sensação de tontura.
4. Tontura emocional: Ansiedade
Alterações psicológicas, como depressão e ansiedade causam tontura, pois podem desencadear episódios de pânico e alterações na respiração. Geralmente, é acompanhada de falta de ar, tremores e formigamento nas extremidades, como mãos, pés e boca.
Esta tipo de tontura também pode acontecer de forma repetida, e surge em períodos de maior estresse.
5. O que fazer e como tratar a tontura?
Quando sentir uma tontura súbita é recomendado manter os olhos abertos, parar, e olhar para um ponto fixo localizado à frente. Ao fazer isso durante alguns segundos normalmente a sensação de tontura passa de forma rápida.
Na maioria dos casos, a tontura surge como uma sensação leve, breve (menos de 1 minuto) e não acarreta nenhum outro sintoma.
Faça repouso: evite movimentar a cabeça, pois sua movimentação poderá piorar a tontura.
Sente-se ou deite-se caso a perturbação do equilíbrio corporal seja intensa. Isso ajuda a prevenir quedas e suas consequências (contusões, fraturas, etc.).
Solicite ajuda para movimentar-se ou levá-lo(a) ao pronto-atendimento caso necessário.
Caso a tontura for acompanhada de sintomas neurológicos (perda da consciência, alterações de motricidade, força muscular, sensibilidade, coordenação, entre outros), procure imediatamente um pronto-atendimento. Recomenda-se também uma avaliação médica se sintomas recorrentes e se a tontura for muito forte ou prolongada, durante mais de 1 hora
Hidratação e medicamentos intravenosos poderão ser administrados em ambiente hospitalar, obtendo ação antivertiginosa e antiemética mais potente/mais rápida.
A investigação da causa por meio de exames específicos poderá ser necessária e realizada durante a crise ou após a mesma.
Existem sintomas e características que acompanham a tontura e que podem ser motivo de preocupação que recomendam investigação. São eles: dor de cabeça ou no pescoço; dificuldade ao andar; perda de consciência (desmaio); dificuldade para ouvir, ver, falar ou engolir, dificuldade para mover um braço ou uma perna.
O tratamento para a vertigem e labirintite é feito habitualmente por diversos profissionais como o otorrinolaringologista, neurologista e fisioterapeutas. Além de tratamento medicamentoso, é recomendado evitar o estresse e o consumo de cafeína, açúcar e cigarro, que são situações que podem piorar as crises. O tratamento também consiste em fazer manobras e ou exercícios de reabilitação do labirinto.
Para tratar o desequilíbrio é necessário resolver a causa, com o adequado tratamento da visão com o oftalmologista ou de doença neurológica com o neurologista. Também é importante ajustes de medicações quando responsáveis pelos sintomas.
As tonturas de causas hemodinâmicas precisam ser investigadas por cardiologista ou neurologista para melhor tratamento.
As tonturas de causa emocional, como a ansiedade e depressão, devem ser tratadas com psicoterapia e, se necessário, medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos.
Evite atividades como conduzir automóveis, operar maquinaria pesada e esportes/situações de risco até uma semana depois de os sintomas desaparecerem, pois um episódio súbito de tontura durante essas atividades pode ser perigoso.
Cuidados especiais com a dieta para paciente labirintico.
1. Alimente-se a cada três ou quatro horas
Cinco refeições diárias: desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite. Quando o intervalo entre o desjejum e o almoço é superior a quatro horas, recomenda-se realizar um lanche entre essas refeições.
Porque: a alimentação fracionada ajuda a manter estáveis os níveis de açúcar no sangue, reduz a sensação de fome, diminui a necessidade de doces e ajuda a emagrecer.
2. Evite o consumo de alimentos ricos em açúcar refinado.
Porque: evitar o consumo de alimentos ricos em açúcar refinado, como refrigerantes, doces, geleias e compotas, e reduzir a ingestão de massas e pães ajuda a manter estável o nível de açúcar no organismo.
3. Dê preferência a alimentos produzidos com farinhas integrais.
Porque: as fibras alimentares presentes aumentam o tempo de absorção dos nutrientes, inclusive da glicose, contribuindo para evitar a sobrecarga de gordura e açúcar para o organismo.
4. Controle a ingestão de lactose.
Porque: o leite, embora fundamental nos primeiros anos de vida, pode provocar vertigem em algumas pessoas, seja por possível alergia alimentar, seja pela intolerância à lactose, já que grande parte das pessoas adultas não tem capacidade de digerir a lactose.
5. Reduza o consumo de cafeína e xantinas
Porque: são estimulantes do sistema nervoso central, podendo ser responsáveis por ansiedade, agitação e zumbidos nos ouvidos.
Essas substâncias estão presente não só no café, mas nos refrigerantes de cola, guaraná, chocolate, energéticos e em alguns suplementos alimentares. A quantidade máxima de cafeína que pode ser ingerida diariamente é de 250 mg, o que corresponde a três xícaras pequenas de café.
6. Beba água
Porque: o consumo de água (de um litro e meio a dois litros por dia) é importante para o perfeito funcionamento do labirinto.
Outros cuidados simples, como a prática de exercícios físicos regulares e a abstinência de álcool e tabaco, aliados à dieta adequada, ajudam a promover uma vida saudável e sem tonturas. Estresse emocional, ansiedade e fadiga excessiva devem ser evitados tanto quanto possível.