Epilepsia

O que é epilepsia?
Epilepsia é uma doença neurológica que se caracteriza por crises convulsivas recorrentes, que tendem a se repetir sem tratamento, podendo ou não estar associada a uma lesão estrutural do cérebro.
Curiosidades Históricas
A epilepsia é conhecida desde a antiguidade (2000 a.C.), de acordo com descrições, e era interpretada como doença dos deuses. Em 400 a.C., Hipócrates descreveu que a epilepsia não era uma doença sagrada ou divina, mas sim um distúrbio do cérebro.
Em Roma, os comícios eram encerrados após uma convulsão (por ser considerada sinal da ira dos deuses), e é daí que surgiu o termo acordar em pós-comicial.
Em 1484, no período da Santa Inquisição, portadores de crises epilépticas foram mortos e perseguidos.
Somente em 1933, após a invenção do eletroencefalograma, foram visualizadas as descargas cerebrais nas crises.
Nas décadas de 1980, 1990 e 2000, novos fármacos foram desenvolvidos para controle das crises em pacientes com epilepsia. Novos medicamentos têm sido desenvolvidos até os dias de hoje.
Definição
É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite atividade elétrica anormal, que podem ficar restrito a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Com isso algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia.
Sintomas
Em crises de ausência, a pessoa apenas apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida.
Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Tranqüilize-a e leve-a para casa se achar necessário.
Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e contraem-se.
Existem, ainda, vários outros tipos de crises. Quando elas duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.
Causas da Epilepsia
Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não. Traumas na hora do parto, abusos de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas também facilitam o aparecimento da epilepsia.
Diagnóstico
Exames como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem são ferramentas que auxiliam no diagnóstico. O histórico clínico do paciente, porém, é muito importante, já que exames normais não excluem a possibilidade de a pessoa ser epiléptica. Se o paciente não se lembra das crises, a pessoa que as presencia torna-se uma testemunha útil na investigação do tipo de epilepsia em questão e, consequentemente, na busca do tratamento adequado.
Tratamento e Cura
Em geral, se a pessoa passa anos sem ter crises e sem medicação, pode ser considerada curada. O principal, entretanto, é procurar auxílio o quanto antes, a fim de receber o tratamento adequado.
As drogas antiepilépticas são eficazes na maioria dos casos, e os efeitos colaterais têm sido diminuídos. Muitas pessoas que têm epilepsia levam vida normal, inclusive destacando-se na sua carreira profissional.
Outros Tratamentos
Existe uma dieta especial, hipercalórica, rica em lipídios, que é utilizada geralmente em crianças e deve ser muito bem orientada por um profissional competente. Em determinados casos, a cirurgia pode uma alternativa para tratamento de epilepsias refratárias.
Fatores que podem levar a uma crise
• Falta de sono
• Estresse
• Falta de alimentação
• Parar de usar a medicação
• Luzes ou flashes repetidos
• Infecção e febre
• Consumo de álcool
Riscos
É necessário evitar situações de risco. Por exemplo, nadar em locais isolados sem pessoas por perto, subir em telhados ou manusear objetos de risco.
Recomendações
Não ingerir bebidas alcoólicas, não passar noites em claro, ter uma dieta balanceada, evitar uma vida estressada demais.
Como viver (e conviver) com a epilepsia
1. É necessário o uso regular dos medicamentos. A principal causa de crises epilépticas é a tomada irregular ou a falta de uso dos medicamentos. Use alarmes, aplicativos no celular ou bilhetes em lugares estratégicos como lembretes para não esquecer de tomar sua medicação.
2. Mantenha um registro de suas crises e dos seus gatilhos. Assim poderá evitá-los e diminuir a frequência das crises.
3. Realizar acompanhamento médico regular. O acompanhamento médico regular evita que o paciente fique sem receitas, além de identificar por avaliação clínica e de exames complementares complicações da doença e do tratamento.
4. O tratamento medicamentoso pode apresentar alguns efeitos colaterais como fadiga, sono ou ganho de peso. Por este motivo é importante praticar atividades físicas e seguir uma dieta alimentar regular e balanceada. Mantenha outras condições de saúde sob controle. Dormir o suficiente e em horários regulares. A ausência parcial ou total de sono facilita o início das crises epilépticas.
5. Evitar longos períodos sem se alimentar e o consumo de álcool, tabaco e outras substâncias. A diminuição da glicose no organismo é uma das principais causas de crises epilépticas, assim como o consumo de álcool.
6. Identifique e procure assistência rápida em casos de infecção. Quaisquer infeçcões aumentam o risco de crises epilépticas. A rápida identificação e o tratamento diminuem o risco.
7. Busque ajuda para problemas emocionais.