Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas).

A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância em nossos cérebros. Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica chamada substância negra, o controle motor do indivíduo é afetado, ocasionando sinais e sintomas da Doença de Parkinson.

No Brasil números não oficiais apontam para pelo menos 250 mil portadores. No Brasil ou em qualquer país do mundo, trata-se da segunda doença neurodegenerativa mais comum.

Se considerarmos o envelhecimento da população brasileira nas próximas décadas, poderemos entender o impacto desta enfermidade, social e econômico, em um futuro não muito distante.

Parkinsonismo e Doença de Parkinson

O conjunto de sinais e sintomas neurológicos é chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo. Doenças diferentes e causas muito diversas podem produzir uma síndrome parkinsoniana. Alguns medicamentos e doenças podem dar sinais e sintomas semelhantes a Doença de Parkinson. Algumas dessas condições incluem:

  • Parkinsonismo Vascular: Causado por coágulos cerebrais.
  • Demência com Corpos de Lewy: Caracterizada por alucinações e declínio cognitivo.
  • Parkinsonismo Medicamentoso: Resultante do uso de certos medicamentos.
  • Parkinsonismo Pós-Encefalítico: Associado à encefalite.
  • Parkinsonismo Toxina-Induzido: Causado por exposição a toxinas.
  • Parkinsonismo Traumático: Resultado de lesões cerebrais traumáticas.

Entretanto, a principal causa dessa síndrome é a própria Doença de Parkinson, em aproximadamente 70% dos casos.

Portanto, quando um médico faz menção ao parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana, ele não estará necessariamente se referindo à Doença de Parkinson.

Uma causa importante de parkinsonismo secundário, ou seja, outras condições que causam sintomas e sinais semelhantes ao Parkinson é o uso de certos medicamentos (por exemplo, algumas das drogas usadas para vertigens, tonturas e doenças psiquiátricas e alguns remédios para hipertensão). A importância de se identificar esses casos é que os sintomas são potencialmente reversíveis com a interrupção dos medicamentos que os causaram.

Principais sintomas

Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora (bradicinesia), a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.

Principais sintomas motores da DP:

  • Lentidão de movimentos, chamada bradicinesia
  • Agitação ou tremor em repouso.
  • Rigidez dos braços, pernas ou tronco.
  • Problemas com o equilíbrio e quedas, também chamado de instabilidade postural.

Principais sintomas não-motores da DP:

  • Humor (depressão, ansiedade, irritabilidade).
  • Alterações cognitivas (atenção, problemas visuo-espacial, problemas de memória, alterações de personalidade, psicose / alucinações).
  • Prisão de ventre.
  • A hiperidrose (suor excessivo), especialmente das mãos e pés.
  • Perda de olfato.
  • Distúrbios do sono.
  • Insônia,
  • Sensoriais (dor, sensação de aperto, formigamento, queimação) podem estar presente com o diagnóstico inicial.

Todos os tremores são relacionados à Doença de Parkinson?

O tremor da doença de Parkinson é característico. Ele é chamado de tremor de repouso, ou seja, é mais evidente ou exclusivo quando a mão do paciente está parada, seja em repouso quando o paciente está sentado, seja quando ele está em pé com os braços relaxados.

Quando o paciente executa algum movimento a tendência do tremor é diminuir ou desaparecer. Além disso, caracteristicamente o tremor é assimétrico, ou seja, é mais evidente em apenas um lado do corpo (geralmente as mãos), e com o passar dos anos pode afetar o outro lado.

Vale lembrar que nem todos os pacientes com doença de Parkinson apresentam tremor. Em 30% dos pacientes ele está ausente, sendo a lentidão dos movimentos e a rigidez os sintomas mais evidentes.

Outras formas de tremor, chamados tremores de ação são vistos em outras doenças, em especial o Tremor Essencial. O Tremor Essencial é um tremor na sua maior parte familiar e ocorre principalmente quando pegamos algum objeto, como uma colher, um copo d’água, quando escrevemos. Ao contrário do tremor da doença de Parkinson, ele tende a diminuir ou desaparecer com o braço em repouso.

Diagnóstico da Doença de Parkinson

O diagnóstico da doença de Parkinson é essencialmente clínico, baseado nos sinais e sintomas. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista, que é capaz de diferenciar esta doença de outras que também afetam involuntariamente os movimentos do corpo. Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética etc., servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais. O exame de tomografia computadorizada por emissão de fóton-único para quantificar a dopamina cerebral (SPECT-Scan) e a ultrassonografia cerebral podem ser utilizados como uma ferramentas para o diagnóstico de doença de Parkinson, mas é, na maioria das vezes, desnecessário, diante do quadro clínico e evolutivo característico.

Prevenção da Doença de Parkinson

Não há como prevenir a doença de Parkinson com os recursos disponíveis atualmente. Embora hoje seja possível identificar indivíduos com alto risco de conversão para Parkinson, por exemplo, portadores assintomáticos de genes patogênicos, as estratégias medicamentosas e com outras terapias alternativas ainda não se mostraram eficazes para prevenir a progressão da doença.

Tratamento da Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é tratável e geralmente com boa resposta ao tratamento. Esses medicamentos, entretanto, são sintomáticos, ou seja, eles repõem parcialmente a dopamina que está faltando e, desse modo, melhoram os sintomas da doença. Devem, portanto, ser usados por toda a vida da pessoa que apresenta tal enfermidade, ou até que surjam tratamentos mais eficazes. Ainda não existem drogas disponíveis comercialmente que possam curar ou evitar de forma efetiva a progressão da degeneração de células nervosas que causam a doença. Há diversos tipos de medicamentos antiparkinsonianos disponíveis, que devem ser usados em combinações adequadas para cada paciente e fase de evolução da doença, garantindo, assim, melhor qualidade de vida e independência.

Também existem técnicas cirúrgicas para atenuar alguns dos sintomas da doença de Parkinson, que devem ser indicadas caso a caso, quando os medicamentos falharem em controlar tais sintomas.

Tratamento adjuvante com equipe multiprofissional é recomendada, além de atividade física regular.

O objetivo do tratamento, incluindo medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, suporte psicológico e nutricional, atividade física entre outros é melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo o prejuízo funcional decorrente da doença, permitindo que o paciente tenha uma vida independente, com qualidade, por muitos anos.

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