Neuralgia pós herpética

A neuralgia pós-herpética é uma complicação do herpes zóster, também conhecido como cobreiro, que afeta os nervos e a pele, causando o surgimento de uma sensação constante de queimação na área acometida, mesmo depois das lesões causadas pelo vírus do herpes zóster terem desaparecido.
Essa condição ocorre quando a dor persiste por meses ou até anos após a resolução das lesões cutâneas causadas pelo herpes-zóster. É uma das formas mais comuns de dor neuropática e pode impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, especialmente em idosos.
Herpes zoster é causado pela reativação do vírus varicela-zoster. Este persiste por um período de anos nos gânglios dos nervos cranianos ou espinhais após a resolução da infecção original. À medida que a imunidade diminui com a idade ou alguma condição associada à imunocomprometimento, o vírus é transportado ao longo dos nervos periféricos, produzindo uma neurite aguda.
Quando isso ocorre, ele provoca o herpes-zóster, caracterizado por uma erupção cutânea dolorosa. Em alguns casos, mesmo após a cicatrização das lesões, a dor persiste, resultando na neuralgia pós-herpética. Isto ocorre quando o vírus pode causar lesões nas fibras nervosas que ficam na pele, com isso os estímulos elétricos que vão até ao cérebro são afetados, tornando-se mais exagerados e causando o surgimento da dor crônica.
Normalmente, a neuralgia pós-herpética é mais comum em pessoas com mais de 60 anos, mas pode surgir em qualquer idade.
Os sintomas mais comuns da neuralgia pós-herpética incluem:
• Dor semelhante a queimação que dura por 4 meses ou mais;
• Sensibilidade extrema para o toque, chamada de hiperalgesia e a estímulos habitualmente não dolorosos cahamdo de alodinia;
• Sensação de coceira ou formigamento.
A dor crônica também pode levar a sintomas de depressão, ansiedade e isolamento social.
Estes sintomas normalmente surgem na região da pele que foi afetada pelas lesões do herpes zóster. A sensação de queimação pode aparecer antes das lesões na pele.
Os nervos torácico (especialmente T4 a T6), cervical e trigêmeo são mais comumente afetados. Logo os locais mais afetados são tronco, membros superiores e face.
A dor associada à infecção aguda por zoster e neuralgia pós-herpética pode ser relatada como uma dor em queimação ou facada, constante ou intermitente.
Mais de 90% dos pacientes também têm alodinia, definida como dor evocada por estímulos normalmente não dolorosos, como toque leve.
Na maioria dos casos, o diagnóstico é confirmado apenas através da observação do local afetado e dos sintomas relatados. O médico avalia a intensidade e a localização da dor, bem como os sintomas associados, como alodinia e hiperalgesia. Exames complementares geralmente não são necessários, mas podem ser realizados para descartar outras condições.
Embora não exista cura, existem algumas formas de tratamento que permitem reduzir os sintomas, melhorando a qualidade de vida. Além disso, a neuralgia pós-herpética geralmente melhora ao longo do tempo, necessitando cada vez menos de tratamento. Veja a seguir alguns tratamentos farmacológicos:
• Adesivos (patch) de anestésicos: são pequenos adesivos que podem ser grudados no local da dor e que liberam lidocaína, uma substância que anestesia as fibras nervosas da pele, aliviando a dor;
• Capsaícina: esta é uma substância analgésica que pode ser aplicada na pele;
• Remédios anticonvulsivantes: são medicamentos que estabilizam os sinais elétricos nas fibras nervosas, diminuindo a dor;
• Antidepressivos: alteram a forma como o cérebro interpreta a dor, aliviando situações de dor crônica como a neuralgia pós-herpética.
Além disso, nos casos mais graves, em que nenhuma destas formas de tratamento parece melhorar a dor, o médico pode ainda receitar medicamentos opióides.
Tambem podem ser ralizadas terapias Intervencionistas como bloqueios Nervosos, com injeções de anestésicos locais ou corticosteroides para aliviar a dor; ou estimulação Nervosa, como técnicas como estimulação elétrica transcutânea (TENS).
Terapias Complementares como acupuntura pode ajudar a reduzir a dor em alguns pacientes; e a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a lidar com o impacto emocional da dor crônica.
A vacina contra o herpes-zóster é uma medida preventiva eficaz, especialmente em idosos, reduzindo o risco de desenvolver herpes-zóster e, consequentemente, a NPH.
A escolha entre os tratamentos deve ser individualizada de acordo com as características específicas do paciente, comorbidades, perfil de efeitos colaterais da medicação, valores e preferências do paciente.
A neuralgia pós-herpética é uma condição desafiadora que exige uma abordagem multidisciplinar para o manejo eficaz. A prevenção, por meio da vacinação contra o herpes-zóster, é uma estratégia fundamental, especialmente para populações de risco. Para aqueles que desenvolvem a NPH, o tratamento adequado pode aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.