Insônia

A insônia é um distúrbio do sono que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se pela dificuldade em adormecer, manter o sono ou acordar muito cedo e não conseguir voltar a dormir. Este problema pode levar a uma série de consequências negativas para a saúde física e mental, incluindo fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e aumento do risco de doenças crônicas.

Diagnóstico da Insônia

O diagnóstico da insônia é geralmente baseado em uma avaliação clínica detalhada, que inclui:

  1. História do Sono: O médico pode pedir ao paciente para manter um diário do sono, registrando os horários de dormir e acordar, despertares noturnos e a qualidade do sono.
  2. Entrevista Clínica: Durante a consulta, o médico fará perguntas sobre os hábitos de sono, rotina diária, histórico médico e possíveis fatores estressantes.
  3. Exames Físico: Podem ser realizados para descartar outras condições médicas que possam estar contribuindo para a insônia.
  4. Polissonografia: Em alguns casos, um estudo do sono pode ser recomendado. Este exame monitora várias funções corporais durante o sono, como ondas cerebrais, níveis de oxigênio no sangue, frequência cardíaca e movimentos oculares.
  5. Actigrafia: Um dispositivo semelhante a um relógio de pulso pode ser usado para monitorar os padrões de sono e vigília ao longo de vários dias ou semanas.

Efeitos nocivos do sono ruim.

O sono desempenha um papel crucial na manutenção da saúde geral, incluindo a saúde do coração e do cérebro. Vamos explorar como a privação de sono afeta esses órgãos vitais:

  1. Doenças do Coração:
  • Doença Arterial Coronariana: A privação crônica do sono está associada a um risco aumentado de desenvolver doença arterial coronariana. Essa condição ocorre quando as artérias coronarianas (que fornecem sangue ao coração) se estreitam devido ao acúmulo de colesterol e outras substâncias gordurosas. Isso pode levar a um ataque cardíaco ou dores no peito.
  • Hipertensão: Dormir pouco ou mal pode elevar a pressão arterial, aumentando o risco de hipertensão. A hipertensão é um fator de risco significativo para doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
  • Obesidade: A privação de sono afeta os hormônios que regulam o apetite e o metabolismo, contribuindo para o ganho de peso e a obesidade.
  • Diabetes Tipo 2: O sono inadequado prejudica a regulação da glicose no sangue, aumentando a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2.

2. Cérebro e Função Cognitiva:

  • Memória e Aprendizado: O sono é essencial para a consolidação da memória e o aprendizado. A privação de sono prejudica a capacidade de reter informações e aprender novos conceitos.
  • Humor e Saúde Mental: A falta de sono está associada a alterações de humor, irritabilidade e maior risco de depressão e ansiedade.

3. Resposta Imunológica: A privação crônica do sono compromete o sistema imunológico, tornando-nos mais suscetíveis a infecções.

Apneia do Sono

A apneia do sono, também conhecida como síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), ocorre devido a obstruções parciais ou completas das vias respiratórias durante o sono. Isso leva a episódios repetidos e temporários de cessação da respiração enquanto o paciente dorme. Qualquer pessoa pode desenvolver apneia obstrutiva do sono, mas ela é mais comum em indivíduos com mais de 60 anos, obesos ou fumantes.

Durante o sono, os músculos das vias respiratórias superiores relaxam, fazendo com que os tecidos moles na parte de trás da garganta colapsem. Isso bloqueia a passagem do ar em direção aos pulmões. Os episódios de obstrução respiratória duram entre 10 e 30 segundos, mas podem persistir por mais de um minuto, reduzindo a saturação de oxigênio no sangue. O cérebro responde a essa queda abrupta na oxigenação do sangue, interrompendo o sono para permitir que o paciente respire novamente.

Possiveis sintomas da apneia do sono:
   – Roncos intensos durante o sono.
   – Sonolência excessiva durante o dia devido ao sono fragmentado e não restaurador.
   – Sensação de sufocamento ou engasgo durante a noite.
   – Mudança de humor frequente.
   – Falta de atenção e concentração.
   – Desconforto no pescoço e garganta seca ao acordar, dentre outros sintomas.

O diagnóstico envolve a polissonografia, um exame que monitora atividades cerebrais, respiração, movimentos e outros parâmetros durante o sono. Ele quantifica os eventos em apneia, hipopneia, Reras, Índices de Apneia – Hipopneia (IAH) e RDIs. A classificação da gravidade da SAOS é feita com base no RDI obtido através de polissonografia.

Para o tratamento  de casos leves, medidas simples podem ser efetivas, como perda de peso, evitar dormir de costas, reduzir o consumo de álcool antes de dormir e cessar o tabagismo. Para casos graves cirurgia ou uso de dispositivos e Cpap pode ser indicado.

O aparelho de pressão positiva contínua nas vias respiratórias (CPAP) é o tratamento padrão-ouro. Ele mantém as vias aéreas abertas durante o sono, impedindo obstruções.

Sonolência Excessiva Diurna

A sonolência excessiva diurna (SED) é uma queixa comum e prevalente que impacta significativamente a qualidade de vida e a produtividade laboral.

Pacientes com doenças neurológicas, psiquiátricas, clínicas e distúrbios do sono frequentemente relatam SED, cansaço e fadiga.

A SED é caracterizada pela incapacidade de permanecer acordado e alerta durante os principais períodos de vigília do dia. Os sintomas podem incluir sonolência durante atividades normais ou situações de risco, como dirigir, afetando negativamente a vida social, profissional e familiar.

A SED pode ser causada por diversos fatores, como: distúrbios do sono, como narcolepsia, apneia do sono e síndrome das pernas inquietas, condições médicas, como depressão, hipotireoidismo e insuficiência cardíaca e uso de medicamentos sedativos.

O diagnóstico envolve avaliação clínica, diário de sono, estudos laboratoriais (como polissonografia e eletroencefalograma) e exames de imagem (como tomografia computadorizada).

O tratamento pode ser farmacológico ou não-farmacológico. Farmacológico inclui hipnóticos, sedativos, antidepressivos e não-farmacológico inclui higiene do sono, educação sobre hábitos saudáveis de sono, treinamento de relaxamento, controle de estímulos e terapia cognitivo comportamental. Alguns casos podem necessitar de cirurgias. Estimular a aderência ao tratamento é fundamental para o sucessodo tratamento.

O tratamento deve ser personalizado com base na causa subjacente da SED.

Tratamento da Insônia

O tratamento da insônia pode variar dependendo da causa subjacente e da gravidade dos sintomas. As abordagens mais comuns incluem:

Higiene do Sono – Recomendações para uma Boa Noite de Sono:

  1. Estipule um Horário Fixo: Tente deitar e acordar no mesmo horário todos os dias, inclusive nos fins de semana. Isso ajuda a regular o relógio biológico e melhora a qualidade do sono. Adultos devem dormir de 7 a 9 horas por noite.
  2. Evite Sestas Prolongadas: Caso faça uma sesta, não ultrapasse 45 minutos e evite fazê-la próximo do final do dia. Sestas muito longas podem afetar o sono noturno.
  3. Cuidado com Alimentos e Bebidas: Evite o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro pelo menos 4 horas antes de deitar. Não ingira alimentos e bebidas com cafeína pelo menos 6 horas antes de dormir. Isso inclui café, chás, chocolate e refrigerantes com cafeína.
  4. Pratique Exercícios Físicos Regularmente: Exercite-se regularmente, mas evite fazer exercícios próximo do horário de dormir. O exercício físico pode estimular o corpo e dificultar o relaxamento.
  5. Refeições Ligeiras ao Jantar: Opte por refeições mais leves à noite, evitando comidas pesadas, açúcar e alimentos picantes.
  6. Crie um Ambiente Adequado: Mantenha o quarto a uma temperatura confortável. Promova um ambiente silencioso e com pouca luz para facilitar o sono.
  7. Afaste Dispositivos Eletrônicos: Evite usar celular, TV ou relógios digitais na cama. A luz azul desses dispositivos pode atrapalhar o sono.
  8. Use a Cama Apenas para Dormir: Evite trabalhar ou assistir TV na cama. Associe a cama apenas ao sono.
  9. Escolha Roupas Confortáveis: Use roupas adequadas e confortáveis para dormir.
  10. Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I): Considerada a primeira linha de tratamento, a TCC-I ajuda a identificar e modificar pensamentos e comportamentos que contribuem para a insônia.
  11. Tratamento Medicamentoso:
  • Medicamentos Hipnóticos: Incluem benzodiazepínicos e não benzodiazepínicos, que podem ser prescritos para uso a curto prazo.
  • Antidepressivos.
  • Melatonina e análogos: Um suplemento que pode ajudar a regular o ciclo sono-vigília, especialmente útil para pessoas com distúrbios do ritmo circadiano.
  • Canabidiol

    12. Tratamento de Condições Subjacentes: Se a insônia for causada por outra condição médica ou psicológica, como depressão, ansiedade ou dor crônica, o tratamento dessas condições pode melhorar significativamente a qualidade do sono.

13. Intervenções Alternativas:

  • Técnicas de Relaxamento: Práticas como meditação, ioga e exercícios de respiração podem ajudar a reduzir o estresse e promover um sono mais reparador.
  • Acupuntura e Fitoterapia: Algumas pessoas encontram alívio com tratamentos alternativos, embora a eficácia possa variar e deva ser discutida com um profissional de saúde.

Conclusão

A insônia é uma condição complexa que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. O diagnóstico e o tratamento adequado são essenciais para ajudar os indivíduos a recuperar um sono saudável e restaurador. Se você está enfrentando dificuldades para dormir, é importante procurar a orientação de um neurologista para um diagnóstico e plano de tratamento adequados.

Inscreva-se em nossa Newsletter!

Receba as principais atualizações sobre a nossa clínica e notícias do mundo médico.

    3 × um =