Cefaleia Tensional

Com a vida estressante e corrida, alguns hábitos e comportamentos podem colaborar para o desenvolvimento das dores de cabeça, o que chamamos de cefaleia. As propagandas incentivam o uso de analgésicos mas isto pode ser um problema.
Um dos erros mais comuns é a automedicação. No Brasil temos fácil acesso a analgésicos e anti-inflamatórios, isto permite que a população se automedique.
Em geral, quando a frequência da cefaleia é baixa, dois ou menos episódios por mês, isto não acarreta maiores problemas.
Quando as dores de cabeça aparecem numa frequência superior, o paciente possui indicação de tratamento preventivo e a automedicação pode até piorar tanto a frequência quanto à intensidade dos seus sintomas. Ou seja em vez de ajudar pode piorar a dor se cabeça.
As cefaleias podem ser divididas em primárias, quando a dor de cabeça é a própria doença, ou secundárias, quando a dor de cabeça é um sintoma de outra patologia.
A dor de cabeça do tipo tensional é a cefaleia primária mais frequente na população. Apresenta-se como uma dor leve a moderada, geralmente em pressão ou aperto, em toda a cabeça, com duração de uma hora até vários dias. Desencadeada principalmente por cansaço e estresse emocional. Sua apresentação costuma variar entre pouco frequente, muito frequente ou crônica.
A cefaleia tipo tensional ocorre mais em mulheres do que em homens e também pode surgir em crianças, adolescentes ou pessoas idosas. Sua intensidade é maior no final do dia ou no início da noite, com leve a média intensidade.
A cefaleia tensional é caracterizada por: dor ocorre em toda a cabeça, como se houvesse um capacete apertado. Sensação de pressão atrás dos olhos, rigidez nos ombros, pescoço e couro cabeludo. Pode estas associado a estresse, problemas de sono, fadiga ocular e tensão muscular. Uma crise de cefaleia tensional pode durar de 30 minutos a 7 dias, com uma média de 4 a 6 horas. Pode ocorrer várias vezes ao mês. Como características não apresenta aviso prévio e possui uma instalação de início lento. Pode ser bilateral, pesada ou opressiva, e algumas vezes mal definida, mas dificilmente se apresentará como unilateral e latejante. Luz, cheiros, movimentos da cabeça não costumam piorar a dor. Não são acompanhadas por enjoo ou vômitos.
A cefaleia tipo tensional também pode estar associada a outros tipos de dor de cabeça, em especial a enxaqueca. Diferenças da Enxaqueca: ao contrário da enxaqueca, não é acompanhada por náusea ou vômito. Não é agravada por atividade física, luz ou cheiros intensos.
Quando crônica, pode ter grande impacto negativo na vida do pessoal, social, profissional ou vida escolar do paciente.
A investigação inclui exames de imagem quando presença de sinais de alerta.
Para o tratamento recomenda se resolver os fatores desencadeantes, tais como fatores de vida pessoal, estresse, ansiedade; suspender ou reduzir o uso de analgésicos, a menos de um a dois comprimidos por semana; realizar atividade física regular. Recomenda se evitar o abuso de analgésicos.
Quando crises frequentes mais que 3x mês recomenda se o uso de tratamento preventivo, geralmente com antidepressivos.
O sucesso do tratamento depende de vários fatores, sobretudo do próprio paciente e sua personalidade, da orientação médica correta, da dificuldade em resolver os fatores desencadeantes, entre outros.
Não faça auto medicação. Procure um neurologista para acompanhamento e tratamento da cefaleia tensional.